Robótica Institucionalista: Difference between revisions

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Revision as of 15:02, 14 November 2008

A Robótica Institucionalista é uma nova estratégia para conceptualizar sistemas de múltiplos robots, que toma as instituições como o principal instrumento da vida social de robots com racionalidade limitada e autonomia limitada.

O objectivo é que sistemas de múltiplos robots possam desenvolver actividades num ambiente partilhado com humanos, de tal modo que os humanos possam interagir com os robots de forma “natural”, intuitiva, sem uma aprendizagem específica de técnicas para lidar com os robots. Não se foca particularmente a interacção individual, mas os comportamentos em ambientes físicos e sociais onde interagem múltiplos agentes naturais e artificiais. Para isso, os robots devem ser capazes de reconhecer, nomeadamente, normas, rotinas, sinais, formas de organização material do mundo, papéis sociais, formas sociais como organizações ou equipas – em geral, instituições e indicadores institucionais que os humanos reconhecem como formas de estruturar as suas relações sociais complexas.

Os principais conceitos da Robótica Institucionalista estão contidos em dois textos:

SILVA, Porfírio, e LIMA, Pedro U., “Institutional Robotics”, in Fernando Almeida e Costa et al. (eds.), Advances in Artificial Life. Proceedings of the 9th European Conference, ECAL 2007, Berlim e Heidelbergh, Springer-Verlag, 2007, pp. 595-604

SILVA, Porfírio, VENTURA, Rodrigo, e LIMA, Pedro,"Institutional Environments", in Proc. of Workshop AT2AI: From agent theory to agent implementation, AAMAS 2008 - 7th International Conference on Autonomous Agents and Multiagent Systems, Estoril, Portugal, 2008


Estudo de caso - O cenário das rotundas

Está actualmente em curso um estudo de caso com um cenário minimalista para um primeiro teste de alguns dos conceitos. O objectivo é termos robots capazes de comportar-se como condutores de automóveis num cenário de tráfego urbano: várias rotundas ligadas por um pequeno sistema de ruas. Para isso terão de conhecer, nomeadamente, as normas constantes do código da estrada, os sinais que regulam o trânsito, os agentes com autoridade nesse contexto (polícias de trânsito) – mas também certas normas mais gerais que são aceites nas sociedades humanas (a importância de respeitar a integridade dos outros, por exemplo). Os pequenos robots que estão a ser utilizados, e-pucks, deverão ser capazes de respeitar – mas também de desrespeitar! – esse ambiente institucional, ao mesmo tempo que são colocados a competir na realização de uma determinada tarefa. Sabendo, por exemplo, que penalizações podem resultar de obedecer ou desobedecer a certas prescrições, terão, a partir de certa altura, a possibilidade de escolher entre serem “conformistas” e “bem comportados” ou “não conformistas” e capazes de desrespeitar as regras para tentarem ser mais eficientes na prossecução da sua tarefa. E aí começam as complicações…

O estudo de caso pretende explorar um aspecto que, sendo essencial em muitas instituições, está também presente numa rotunda como parte do sistema do controlo do trânsito. É que os efeitos da existência da rotunda num cenário de tráfego urbano resultam de uma combinação de dois aspectos. Por um lado, a rotunda, devido apenas às suas características físicas, significa um constrangimento: os veículos não podem seguir em frente, têm de contornar pela direita ou pela esquerda. Mas, para decidir o comportamento adequado face à rotunda, é preciso fazer apelo a uma entidade mental, uma regra: a circulação faz-se contornando pela direita. Essa regra é, como sabe, diferente noutros países. Ora, esta combinação de elementos físicos e elementos mentais nas ferramentas usadas na organização das sociedades é estratégica na compreensão das instituições e das capacidades que têm de ter os agentes para compreenderem as instituições.